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Capitu traiu Bentinho? 🌶️ Até onde um escritor deve ir para instigar?

 O tabu nas entrelinhas e a ousadia da Literatura.
 O tabu nas entrelinhas e a ousadia da Literatura.

 


A hora da pausa - Edição de 12 de Outubro de 2025

 "A imaginação é mais importante que o conhecimento." -  Albert Einstein

"Capitu foi fiel a Bentinho?" Essa simples pergunta, que perdura há mais de um século desde a publicação de "Dom Casmurro", de Machado de Assis, em 1899, é o testamento do poder da provocação literária. Não é o erotismo explícito, mas a sugestão, a dúvida, o jogo de sombras e luzes sobre a moralidade e o desejo que instiga o leitor a décadas. Machado nos ensinou que o que não é dito, ou o que é deixado à interpretação, pode ser muito mais potente do que qualquer revelação direta. A literatura, em sua essência, busca nos tirar da zona de conforto, e os temas sensíveis, principalmente os considerados tabus, são ferramentas poderosas para isso.


A ficção especulativa e a literatura de entretenimento, embora muitas vezes associadas a mundos fantásticos e futuros distantes, não hesitam em mergulhar profundamente nas complexidades da natureza humana – e não humana. O erotismo, as paixões proibidas, os tabus sociais ou éticos, são frequentemente utilizados não apenas para chocar, mas para explorar as profundezas da psicologia dos personagens, os conflitos morais de uma sociedade distópica, ou as dinâmicas de poder em um universo futurista. É a ousadia de tocar em pontos delicados que muitas vezes confere à narrativa a sua verdadeira força e pertinência.


Mas até onde um escritor deve ir para instigar? É uma linha tênue entre a provocação que expande a mente e a que aliena o leitor. O uso de assuntos sensíveis, quando bem orquestrado, força o leitor a questionar seus próprios valores e preconceitos, a se confrontar com realidades alternativas que talvez nunca tivesse imaginado. É uma oportunidade de reflexão e crescimento, um convite para olhar para a vida através de lentes diferentes, ainda que desconfortáveis.


Eu exploro muito esse tema. Em “Alana Ghosten e o Sorriso da Vampira”, meu primeiro livro, a trama parte do relacionamento de uma jovem de 22 anos com um homem de 50. Puro tabu, vivido pelos personagens com objetivos opostos: ela quer matar um homem cheio de sangue, ele quer uma jovem para encerrar a vida com chave de ouro. Qual a sua opinião: o encontro planejado com a morte justifica o comportamento dos dois? O mesmo conflito ressurge em “Celina & Débora”: a médica jurou salvar vidas, a estudante precisa tirá-las para sobreviver. Como o antagonismo poderia unir as duas? Em “Quando homens e monstros se tornam deuses” os assassinatos cometidos pela Cobaia Zero poderiam ser banalizados, por ela não ser exatamente uma humana. Mas a lógica apresentada pela IA não justifica as atitudes dela? Em oposição, “MRQ-7000” mostra que a lógica pode ser corrompida. Tem muitas outras provocações em todos os livros.


Que histórias você leu que te provocaram e te fizeram questionar seus próprios limites ou crenças? Onde você busca essa faísca na literatura? Compartilhe nos comentários!


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